voar, voar...
O medo maior passou quase tão rápido e intenso quanto os quatro anos que deixei para trás. Sim, deixei para trás quatro anos, mas fui juntando aqui e ali pedacinhos de gente que transformaram a minha vida, verdadeiras amizades, experiências mais do que ricas, recordações que doem no coração ao mesmo tempo em que fazem a boca sorrir.
Olho para trás e vejo como me transformei e como consegui amizades preciosas. Não sou mais uma lagarta, mas uma borboletinha que voa sobre o último degrau de um dos lances das escadas da vida e observa o caminho percorrido.
Sou agora uma borboleta feliz, colorida, livre, mas que também se preocupa e procura se preparar para os novos vôos, pois sabe que na vida não se pode parar de voar.
A dor
Entrou em casa correndo. O rosto vermelho e a respiração ofegante. Abriu a porta do quarto e atirou-se na cama no mesmo instante em que começou a soluçar. Pensou em como aproveitou o dia e em como poderia tê-lo aproveitado. Pensou nos amigos, nas experiências que teve, nos sonhos que conseguiu realizar e naqueles que desejava realizar. Sentiu toda a confusão de sentimentos dentro de si sem identificar bem cada um, sem saber se o que sentia era bom ou ruim, se a levaria para cima ou para baixo. Pensou e sentiu que era apenas uma criança sendo obrigada a crescer. Pensou e sentiu que crescer dói, mas é preciso. Pensou e sentiu que para crescer é preciso chorar, assim como para nascer.