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A Magia do Espelho: novembro 2007

A Magia do Espelho

Espaço para devaneios, reflexões, desabafos, dicas culturais e otras cositas más

E lá vamos nós...

Hoje é dia 11 de novembro, o que significa que faltam apenas 11 dias para eu depositar a monografia. O único problema é que estou empacada no terceiro capítulo e ainda não fiz nenhuma correçãonos outros dois, até porque estou esperando as correções da minha orientadora.
Há uma semana eu estava bastante confiante, mas agora, que me dei conta do poquíssimo tempo que resta, estou mais nervosa do que nunca, o que dificulta mais ainda a minha vida, pois não sei escrever nada nervosa, nem sob pressão.
Ai, ai... o que fazer? Acho que não me resta muita escolha. Vou espremer meu cérebro até o último neurônio pra ver se consigo terminar isso logo, pois nadar, nadar e morrer na praia é Freud!!!
Desejo sorte para mim, para todos os meus amigos que também estão sofrendo com a monografia e para todos aqueles que ainda vão sofrer com elas (sim, não se iludam, vocês vão sofrer!).

Apolo e Dafne


Dafne foi o primeiro amor de Apolo. Não surgiu por acaso, mas pela malícia de Cupido. Apolo viu o menino brincando com seu arco e suas setas e, estando ele próprio muito envaidecido com sua recente vitória sobre Píton, disse-lhe:


- Que tens a fazer com armas mortíferas, menino insolente? Deixe-as para as mãos de quem delas sejam dignos. Vê a vitória que com elas alcancei, contra a vasta serpente que estendia o corpo venenoso por grande extensão da planície! Contenta-te com tua tocha, criança, e atiça tua chama, como costumas dizer, mas não te atrevas a intrometer-te com minhas armas.


O filho de Vênus ouviu essa palavras e retrucou:


- Tuas setas podem ferir todas as outras coisas, Apolo, mas as minhas podem ferir-te.Assim dizendo, pôs-se de pé numa rocha do Parnaso e tirou da aljava duas setas diferentes, uma feita para atrair o amor; outra, para afastá-lo. A primeira era de ouro e tinha a ponta aguçada, a segunda, de ponta rombuda, era de chumbo. Com a seta de ponta de chumbo, feriu a ninfa Dafne, filha do rio-deus Peneu, e com a de ouro feriu Apolo no coração. Sem demora, o deus foi tomado de amor pela donzela e esta sentiu horror à idéia de amar. Seu prazer consistia nas caminhadas pelos bosques, sem pensar em Cupido nem em Himeneu. Seu pai muitas vezes lhe dizia:


- Filha, deves dar-me um genro, dar-me netos.


Temendo o casamento como a um crime, com as belas faces coradas, ela se abraçou ao pai, implorando:


- Concede esta graça, pai querido! Faze com que eu não me case jamais!


A contragosto, ele consentiu, observando, ao mesmo tempo, porém:


- O teu próprio rosto é contrário a este voto.


Apolo amou-a e lutou para obtê-la; ele, que era o oráculo de todo o mundo, não foi bastante sábio para prever o seu próprio destino. Vendo os cabelos caírem desordenados pelos ombros da ninfa, imaginou:


- Se são tão belos em desordem, como deverão ser quando arranjados?


Viu seus olhos brilharem como estrelas; viu seus lábios, e não se deu por satisfeito só em vê-los. Admirou suas mãos e os braços, nús até os ombros, e tudo que estava escondido da vista imaginou mais belo ainda. Seguiu-a; ela fugiu, mais rápida que o vento, e não se retardou um momento ante suas súplicas:


- Pára, filha de Peneu! - exclamou ele. Não sou um inimigo. Não fujas de mim, como a ovelha foge do lobo, ou a pomba do milhafre. É por amor que te persigo. Sofro de medo que, por minha culpa, caias e te machuques nestas pedras. Não corras tão depressa, peço-te, e correrei também mais devagar. Não sou um homem rude, um campônio boçal. Júpiter é meu pai, sou senhor de Delfos e Tenedos e conheço todas as coisas, presentes e futuras. Sou o deus do canto e da lira. Minhas setas voam certeiras para o alvo. Mas, ah!, uma seta mais fatal que as minhas atravessou-me o coração! Sou o deus da medicina e conheço a virtude de todas as plantas medicinais. Ah! sofro de uma enfermidade que bálsamo algum pode curar!


A ninfa continuou sua fuga, nem ouvindo de todo a súplica do deus. E, mesmo a fugir, ela o encantava. O vento agitava-lhe as vestes e os cabelos desatados lhe caíam pelas costas. O deus sentiu-se impaciente ao ver desprezados os seus rogos e, excitado por Cupido, diminuiu a distância que o separava da jovem. Era como um cão perseguindo uma lebre, com a boca aberta, pronto para apanhá-la, enquanto o débil animal avança, escapando no último momento. Assim voavam o deus e a virgem: ela com as asas do medo; ele com as do amor. O perseguidor é mais rápido, porém, e adianta-se na carreira: sua respiração ofegante, já atinge os cabelos da ninfa. As forças de Dafne começam a fraquejar e, prestes a cair, ela invoca seu pai, o rio-deus:


- Ajuda-me, Peneu! Abre a terra para envolver-me, ou muda minhas formas, que me têm sido fatais!


Mal pronunciara estas palavras, um torpor lhe ganha todos os membros; seu peito começou a revestir-se de uma leve casca; seus cabelos transformaram-se em folhas; seus braços mudam-se em galhos; os pés cravam-se no chão, como raízes; seu rosto tornou-se o cimo do arbusto, nada conservando do que fora, a não ser a beleza.


Apolo abraçou-se aos ramos da árvore e beijou ardentemente a madeira. Os ramos afastaram-se de seus lábios.


- Já que não podes ser minha esposa - exclamou o deus - serás minha planta preferida. Usarei tuas folhas como coroa; com elas enfeitarei minha lira e minha aljava; e quando os grandes conquistadores romanos caminharem para o Capitólio, à frente dos cortejos triunfais, serás usada como coroas para suas frontes. E, tão eternamente jovem quanto eu próprio, também hás de ser sempre verde e tuas folhas não envelhecerão.


Foi assim que o loureiro ficou associado ao belo e luminoso deus, símbolo do seu amor pela ninfa Dafne.

Vale a pena ler de novo

  • A lição final
  • A sangue frio
  • Crônicas de Nárnia
  • George e o segredo do Universo
  • O caçador de pipas
  • O Pequeno Príncipe

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