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A Magia do Espelho: julho 2007

A Magia do Espelho

Espaço para devaneios, reflexões, desabafos, dicas culturais e otras cositas más

Prazeres Amélie Poulain


Há tantos pequenos prazeres na vida e eles nos parecem tão naturais que muitas vezes não nos damos conta. Para algumas pessoas eles podem até parecer idiota, mas são capazes de lhe proporcionar uma felicidade, ainda que rápida, que você não se importa se fará papel de ridículo ou não, aliás, ser ridículo é quase sempre ser feliz. Quem já assistiu ao filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain sabe do que eu estou falando.


Existem pequenos prazeres que são quase consenso entre as pessoas, como começar a comer um biscoito pelo recheio, lamber a tampa do iogurte, lamber o resto da mistura de bolo que fica na vasilha, passar o dedo na cobertura do bolo com a velha desculpa de ver se está envenenado, estourar plástico bolha, fazer bolinha com a meleca do nariz (sei que é nojento, mas você vai dizer que nunca fez isso? Você pode até não admitir, mas eu sei que já fez, hehehe) e por aí vai. Mas também existem os pequenos prazeres individuais, aqueles que te fazem feliz, mas que não são tão comuns às outras pessoas.


Falar dos nossos pequenos prazeres é quase como revelar um pouco mais a nossa alma, é como nos despir de qualquer tipo de máscara que exista, nos livrar de alguns preconceitos e, talvez, surpreender (positiva ou negativamente) algumas pessoas. É correr o risco de parecer ridículo, idiota, esquisito e, algumas vezes, nojento. Mas que atire a primeira pedra aquele que não tem um pequeno prazer que é quase indispensável para a sua felicidade e nunca teve coragem de contar para ninguém.


Assumo esses riscos e conto aqui alguns (de uma longa lista) dos meus pequenos prazeres não tão comuns a todas as pessoas. Para fugir de aulas chatas, para desestressar, para pensar na vida ou simplesmente viajar nos seus pensamentos, nas melhor do que procurar e tirar pontas duplas no cabelo, seja no meu ou no das minhas amigas. É algo quase tão viciante quanto estourar plástico bolha, rs. É claro que mulher nenhuma gosta de ter pontas duplas, mas que é legal tirá-las, isso é, rs.


Descascar o esmalte da unha é outro pequeno prazer. Ele pode ainda estar quase inteirinho, mas se houver uma falhinha eu já fico toda me coçando para começar a puxar, e aí não tem jeito, descasco mesmo. As unhas ficam horríveis, mas nada que um removedor de esmaltes não resolva depois.


Fazer brigadeiro e depois raspar a panela procurando aquelas partes bem queimadas que ficam parecendo um caramelo, mascar chicletes e fazer bolas barulhentas, mastigar canudinhos de plástico, sentir a textura da gelatina, mexer no cabelo dos outros (mesmo quando eles não têm pontas duplas), dar beliscõezinhos e apertos carinhosos nos meus amigos, fazer cosquinhas na barriga da Nicole (minha gatinha), deixá-la bem irritada e depois abraçá-la bem forte e sentir o narizinho gelado dela, e por aí vai.


Essa é apenas uma pequena lista de alguns dos meus pequenos grandes prazeres. E você, quais são seus pequenos prazeres? Abra seu coração e conte aqui as pequenas e aparentemente insignificantes coisas que lhe fazem feliz, mesmo aquelas que você nunca contou para ninguém.

Mosaicos


Um dia você acorda e se depara com uma bela obra de arte, não um quadro pintado por Picasso ou Salvador Dalí, mas um mosaico aparentemente rústico e sem sentido que foi construído com paciência, e quase que silenciosamente, ao longo de alguns anos sem que você percebesse.


Esse mosaico parece ser diferente dos outros. E realmente é. Existe nele algo de mágico, algo difícil de explicar e de entender, mas você quer entender como algo assim foi construído. Então você o observa com todo cuidado e percebe que apesar de o resultado final ser lindo, o mosaico é feito por peças dos mais variados tipos: cada uma possui uma cor específica, algumas têm tamanho maior e outras possuem formas completamente diferentes.


Olhando mais de perto, você percebe que algumas pecinhas estão bem próximas, quase como uma única peça, enquanto outras estão mais afastadas das demais. Percebe também que em alguns pontos já não existem peças, apenas o espaço e a marca que revelam que um dia esteve ali uma pecinha que teve sua devida importância e, apesar de deixar o mosaico incompleto, deixou para sempre nele a sua marca.


Após sentir o impacto inicial da beleza do mosaico, você agora pára para analisar cada pecinha que o forma e se dá conta que cada uma delas é individual, possui peculiaridades e histórias. “De onde vieram? O que já viveram? Como chegaram até aqui?”. Mas elas não saberiam dizer, pois esse mosaico não foi construído de forma consciente, nem por uma única pessoa. Ele se formou aos poucos e foi tomando o seu espaço, como uma bela flor que brota em lugares inesperados sem que ninguém nunca saiba de onde nem como surgiu.


Alguns grupos de amigos são como mosaicos: embora formados por pessoas completamente diferentes, elas se unem por algum motivo muitas vezes alheio a elas e se tornam amigas, ainda que não consigam perceber isso. Existem as “peças” alternativas, as politizadas, as patricinhas, as que seguem determinada religião, as amam arte, as que não estão nem aí para a moda e as que não conseguem viver sem acompanhar as tendências da moda.


Dentro do "mosaico das amizades", existem as “peças” mais semelhantes que formam pequenos núcleos, existem aquelas mais diferentes e que ficam um pouco isoladas, e também existem aquelas que passaram muito rápido pelo grupo e que jamais voltarão, mas que deixaram sua marca para sempre. Apesar de tudo isso, fazem todas parte de um mesmo grupo.


Pode ser que hoje você não consiga enxergar muitos mosaicos que existem à sua volta, mas, se você se deixar sentir mais a vida e as pessoas, um dia você perceberá que nem todas as amizades são feitas apenas por afinidades, vai se lembrar, quase sem querer, do sorriso ou de uma frase pronunciada por aquela pessoa que parecia não ter o menor sentido na sua vida e vai perceber que ela também fez a diferença para você ser o que é hoje.


Talvez um dia você aprenda a superar a barreira dos pré-conceitos, se aproxime daquela pecinha bem distante do mosaico e descubra o quanto ela é especial. Talvez um dia você perceba que somos todos seres diferentes, mas que existe algo maior, algo não muito fácil de explicar, que acaba unindo fortemente o que antes parecia impossível de unir. Então, talvez você consiga enxergar no que antes parecia uma imensa bagunça de “peças-pessoas” um conjunto unido e harmonioso e seus olhos apreciem a mais bela obra de arte já viram.





Vamos viver tudo que há pra viver...


Às vezes, quando desejamos muito alguma coisa, desejamos do fundo do coração, com sentimento sincero, ela pode realmente se tornar realidade, mesmo que pareça impossível, mesmo que tudo pareça ser contra, mesmo que demorem anos e anos. A força dos nossos desejos pode fazer com que nossos sonhos aconteçam em um momento inesperado, sem que tenhamos que fazer nada, sem que movamos um dedo.


Desejamos tanto algo, com tanta força, que não paramos um instante sequer para pensar se estamos preparados para isso, se saberemos lidar com a realização do nosso desejo, se realmente era isso que queríamos. Mas aí já não tem jeito, tudo acontece rápido demais, sem chance para assimilar bem as idéias, essas idéias que insistem em se embaralhar na nossa cabeça e se confundem com sentimentos e emoções, nos impedindo de pensar direito. Nessa hora, é bem mais difícil manter cada coisa em seu lugar, já não se sabe mais o que é razão e o que é emoção e é preciso lutar para se manter em pé, para não se deixar cair, ser tomada pela tão atraente vertigem.


Afinal, é bem mais fácil se deixar cair, se jogar e viver tudo que se tem vontade, viver a vida naquele momento, porque o momento pode passar rápido e não voltar nunca mais, pode passar tão veloz como a própria vida. Em um momento estamos vivos, em outro, não mais ou não como se gostaria... Mas (e não tem jeito, sempre existe um “mas”, e se não existe um “mas” existe um “se” ou coisa que o valha), ainda não estamos prontos (e também não sei um dia estaremos ou se devemos estar) para viver a vida por momentos, para aproveitar a oportunidade que a vida nos dá de viver bons, intensos e inesquecíveis momentos, pois sempre pode existir o dia de amanhã e nem sempre saberemos lidar com as conseqüências dos nossos atos nesse novo dia. No entanto, o novo dia também traz novos aprendizados, novos horizontes, renova as esperanças e transforma o que parecia erro na noite passada no maior aprendizado da sua vida. Vida, louca vida. Vida paradoxal.


Pensar no que pode ser ou viver o que se tem vontade sem pensar no futuro que pode não existir? Perguntinha difícil essa, pelo pra mim. Tenho certeza que nem que eu dedicasse minha vida inteira pensando para tentar respondê-la eu conseguiria.


São poucas as certezas que temos na vida, mas sabemos que a vida é curta, que um dia iremos morrer e que isso pode acontecer quando menos esperarmos, então, por que não nos permitir viver tudo o que há pra viver? Cada dia que vivemos é um milagre, é uma caixinha de surpresas que encerra coisas que não somos capazes de imaginar.


Acho que devemos viver e aproveitar o milagre de cada dia, procurar sempre fazer aquilo que nos traz algum tipo de felicidade, mas que não implique na tristeza de ninguém. E, como já disse uma vez, a felicidade está nas pequenas coisas, escondida em pequenos detalhes, a felicidade está naquilo que chamamos de essência das coisas, e o essencial é realmente invisível aos olhos. Por isso, é preciso aprender a enxergar bem com o coração, se permitir sentir e viver mais.


A vida é muito curta e pensar não vai resolver grande parte dos problemas que existem nela e nem desvendar seus mistérios, então, vivamos sem medo nenhum de ser feliz ou de sofrer. Vamos nos jogar na vida e procurar a nossa felicidade diária, momentânea, afinal, mesmo que alguns condenem a felicidade é momentânea, é feita de pequenos e inúmeros momentos. Hoje ( e sempre) o tempo voa, amor, vamos viver tudo o que há pra viver, vamos nos permitir...

Como uma Onda...

Essa música diz tantas coisas sobre nós e sobre a vida em tão poucas linhas...


Como Uma Onda
Lulu Santos
Composição: Lulu Santos / Nelson Motta

Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa, tudo sempre passará
A vida vem em ondas como o mar
Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente viu há um segundoT
udo muda o tempo todo no mundo
Não adianta fugir
Nem mentir pra si mesmo
Agora
Há tanta vida lá fora, aqui dentro
Sempre como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa, tudo sempre passará
A vida vem em ondas como o mar
Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo no mundo
Não adianta fugir
Nem mentir pra si mesmo
Agora
Há tanta vida lá fora, aqui dentro
Sempre como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar

Vale a pena ler de novo

  • A lição final
  • A sangue frio
  • Crônicas de Nárnia
  • George e o segredo do Universo
  • O caçador de pipas
  • O Pequeno Príncipe

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