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A Magia do Espelho: A Magia do Espelho

A Magia do Espelho

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A Magia do Espelho

Navegando por aí, encontrei essa mensagem e me identifiquei...

Olhei-me através do espelho
e não vi nada,absolutamente nada.
Às vezes ainda via uns olhos tristes,
outras vezes um sorriso trocista,
ainda às vezes um esgar que mais parecia uma careta.
Mas hoje,eu não vi nada.
Estendi o braço e a minha mão deslizou através de uma superfície lisa e fria
e infinitamente vazia.
Nada!... Nada mais existe!
Será que estou louca?
Não,recuso-me a admitir tal idéia.
Olhei diretamente para mime vi-me desprovida de qualquer peça de vestuário.
Bruscamente abri o armárioe retirei os meus velhos jeans,
um blusão que outrora teria sido azul
e uns tênis já com uma cor indefinida.
Vesti-me e sai furtivamente de casa.
Necessitava estar só
e nada melhor que caminhar pela rua para que esse desejo se concretizasse.
Caminhei muito,
não sei ao certo quanto.
Cada passo que eu davafazia-me sentir um tremor por todo o corpo.
Não sei se era frio,
se era medo,
talvez as duas coisas ao mesmo tempo.
Que estranho,
é o mesmo caminho que eu todos os dias percorro,
só que hoje parece tão diferente.
Confiei nos meus pés
e segui-os até onde eles me quiseram levar.
Não fomos muito mais longe,
mas creio que nunca ali teria estado.
Estava escuro,
um leve nevoeiro pairava no ar
e ao longe as luzes infiltravam-se através dele produzindo aquilo
que eu agora chamaria de belo.
Que espetáculo,
que vontade que eu tive de voar
e tal como o nevoeiro ir ter a um sítio longínquo,
um sítio onde a noção do tempo já não existisse.
Afinal de que fugia eu?
De repente comecei a sentir uma sensação estranha no corpo
e só então me apercebi
que durante o meu estado de apatia a chuva tinha começado a cair.
Mais uma vez olhei diretamente para mim
e perguntei-me,
afinal de que fujo eu?
Sentia a cabeça a estalar devido à confusão de respostas
que nesse momento me afluíram diretamente ao cérebro
e apenas uma teve sentido.
Sim, eu fugia de mim mesma,
fugia da minha imaturidade,
fugia da minha covardia,
fugia da minha própria vida.
Que absurdo!
Seria talvez fraqueza eu demonstrar a minha inexperiência,
no entanto, nessa noite vi claramente o meu outro eu
e senti pena de mim.
Olhei para o céu
e senti o embate da chuva que carinhosamente me acariciava o rosto
e chorei,
não lágrimas de tristeza,
mas sim lágrimas de alegria.
Finalmente eu tinha compreendido.
Compreendi que nem sempre nós ouvimos aquilo que queremos,
nem sempre fazemos aquilo de que gostamos,
nem sempre veneramos aquilo que mais amamos,
no entanto,
bem cá no fundo,
o nosso coração transborda de amor,
amor esse que quer dar,
amor que também quer receber.
Um ladrar longínquo chamou-me à realidade
e senti quase que inconscientemente os meus lábios a abrirem-se
e a formarem aquilo que eu quase pensava já não saber fazer.
Sim, eu sorri
e quase que momentaneamente esse sorriso transformou-se numa estrondosa
gargalhada
ressoando aos meus ouvidos como a mais bela melodia.
Dei meia volta e corri em direção de casa.
Entrei lentamente para que ninguém notasse que eu tinha estado ausente
e entrei no meu quarto.
Olhei em redor
e mais uma vez senti-me a sorrir
e reconheci em cada objeto que me rodeava uma parte da minha vida.
Na parede, um quadro que eu tinha pintado,
em cima da estante o suave odor de alguns perfumes
e aquele boneco quase tão velho quanto eu.
Enfim,
um mundo meu,
mas que no entanto pode fazer parte de tanta gente.
Olhei-me novamente através do espelho
e vi claramente aquilo que ainda posso vir a ser.
By Julia Sousa

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