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A Magia do Espelho: 2007

A Magia do Espelho

Espaço para devaneios, reflexões, desabafos, dicas culturais e otras cositas más

voar, voar...


O medo maior passou quase tão rápido e intenso quanto os quatro anos que deixei para trás. Sim, deixei para trás quatro anos, mas fui juntando aqui e ali pedacinhos de gente que transformaram a minha vida, verdadeiras amizades, experiências mais do que ricas, recordações que doem no coração ao mesmo tempo em que fazem a boca sorrir.

Olho para trás e vejo como me transformei e como consegui amizades preciosas. Não sou mais uma lagarta, mas uma borboletinha que voa sobre o último degrau de um dos lances das escadas da vida e observa o caminho percorrido.

Sou agora uma borboleta feliz, colorida, livre, mas que também se preocupa e procura se preparar para os novos vôos, pois sabe que na vida não se pode parar de voar.

A dor

Entrou em casa correndo. O rosto vermelho e a respiração ofegante. Abriu a porta do quarto e atirou-se na cama no mesmo instante em que começou a soluçar. Pensou em como aproveitou o dia e em como poderia tê-lo aproveitado. Pensou nos amigos, nas experiências que teve, nos sonhos que conseguiu realizar e naqueles que desejava realizar. Sentiu toda a confusão de sentimentos dentro de si sem identificar bem cada um, sem saber se o que sentia era bom ou ruim, se a levaria para cima ou para baixo. Pensou e sentiu que era apenas uma criança sendo obrigada a crescer. Pensou e sentiu que crescer dói, mas é preciso. Pensou e sentiu que para crescer é preciso chorar, assim como para nascer.

E lá vamos nós...

Hoje é dia 11 de novembro, o que significa que faltam apenas 11 dias para eu depositar a monografia. O único problema é que estou empacada no terceiro capítulo e ainda não fiz nenhuma correçãonos outros dois, até porque estou esperando as correções da minha orientadora.
Há uma semana eu estava bastante confiante, mas agora, que me dei conta do poquíssimo tempo que resta, estou mais nervosa do que nunca, o que dificulta mais ainda a minha vida, pois não sei escrever nada nervosa, nem sob pressão.
Ai, ai... o que fazer? Acho que não me resta muita escolha. Vou espremer meu cérebro até o último neurônio pra ver se consigo terminar isso logo, pois nadar, nadar e morrer na praia é Freud!!!
Desejo sorte para mim, para todos os meus amigos que também estão sofrendo com a monografia e para todos aqueles que ainda vão sofrer com elas (sim, não se iludam, vocês vão sofrer!).

Apolo e Dafne


Dafne foi o primeiro amor de Apolo. Não surgiu por acaso, mas pela malícia de Cupido. Apolo viu o menino brincando com seu arco e suas setas e, estando ele próprio muito envaidecido com sua recente vitória sobre Píton, disse-lhe:


- Que tens a fazer com armas mortíferas, menino insolente? Deixe-as para as mãos de quem delas sejam dignos. Vê a vitória que com elas alcancei, contra a vasta serpente que estendia o corpo venenoso por grande extensão da planície! Contenta-te com tua tocha, criança, e atiça tua chama, como costumas dizer, mas não te atrevas a intrometer-te com minhas armas.


O filho de Vênus ouviu essa palavras e retrucou:


- Tuas setas podem ferir todas as outras coisas, Apolo, mas as minhas podem ferir-te.Assim dizendo, pôs-se de pé numa rocha do Parnaso e tirou da aljava duas setas diferentes, uma feita para atrair o amor; outra, para afastá-lo. A primeira era de ouro e tinha a ponta aguçada, a segunda, de ponta rombuda, era de chumbo. Com a seta de ponta de chumbo, feriu a ninfa Dafne, filha do rio-deus Peneu, e com a de ouro feriu Apolo no coração. Sem demora, o deus foi tomado de amor pela donzela e esta sentiu horror à idéia de amar. Seu prazer consistia nas caminhadas pelos bosques, sem pensar em Cupido nem em Himeneu. Seu pai muitas vezes lhe dizia:


- Filha, deves dar-me um genro, dar-me netos.


Temendo o casamento como a um crime, com as belas faces coradas, ela se abraçou ao pai, implorando:


- Concede esta graça, pai querido! Faze com que eu não me case jamais!


A contragosto, ele consentiu, observando, ao mesmo tempo, porém:


- O teu próprio rosto é contrário a este voto.


Apolo amou-a e lutou para obtê-la; ele, que era o oráculo de todo o mundo, não foi bastante sábio para prever o seu próprio destino. Vendo os cabelos caírem desordenados pelos ombros da ninfa, imaginou:


- Se são tão belos em desordem, como deverão ser quando arranjados?


Viu seus olhos brilharem como estrelas; viu seus lábios, e não se deu por satisfeito só em vê-los. Admirou suas mãos e os braços, nús até os ombros, e tudo que estava escondido da vista imaginou mais belo ainda. Seguiu-a; ela fugiu, mais rápida que o vento, e não se retardou um momento ante suas súplicas:


- Pára, filha de Peneu! - exclamou ele. Não sou um inimigo. Não fujas de mim, como a ovelha foge do lobo, ou a pomba do milhafre. É por amor que te persigo. Sofro de medo que, por minha culpa, caias e te machuques nestas pedras. Não corras tão depressa, peço-te, e correrei também mais devagar. Não sou um homem rude, um campônio boçal. Júpiter é meu pai, sou senhor de Delfos e Tenedos e conheço todas as coisas, presentes e futuras. Sou o deus do canto e da lira. Minhas setas voam certeiras para o alvo. Mas, ah!, uma seta mais fatal que as minhas atravessou-me o coração! Sou o deus da medicina e conheço a virtude de todas as plantas medicinais. Ah! sofro de uma enfermidade que bálsamo algum pode curar!


A ninfa continuou sua fuga, nem ouvindo de todo a súplica do deus. E, mesmo a fugir, ela o encantava. O vento agitava-lhe as vestes e os cabelos desatados lhe caíam pelas costas. O deus sentiu-se impaciente ao ver desprezados os seus rogos e, excitado por Cupido, diminuiu a distância que o separava da jovem. Era como um cão perseguindo uma lebre, com a boca aberta, pronto para apanhá-la, enquanto o débil animal avança, escapando no último momento. Assim voavam o deus e a virgem: ela com as asas do medo; ele com as do amor. O perseguidor é mais rápido, porém, e adianta-se na carreira: sua respiração ofegante, já atinge os cabelos da ninfa. As forças de Dafne começam a fraquejar e, prestes a cair, ela invoca seu pai, o rio-deus:


- Ajuda-me, Peneu! Abre a terra para envolver-me, ou muda minhas formas, que me têm sido fatais!


Mal pronunciara estas palavras, um torpor lhe ganha todos os membros; seu peito começou a revestir-se de uma leve casca; seus cabelos transformaram-se em folhas; seus braços mudam-se em galhos; os pés cravam-se no chão, como raízes; seu rosto tornou-se o cimo do arbusto, nada conservando do que fora, a não ser a beleza.


Apolo abraçou-se aos ramos da árvore e beijou ardentemente a madeira. Os ramos afastaram-se de seus lábios.


- Já que não podes ser minha esposa - exclamou o deus - serás minha planta preferida. Usarei tuas folhas como coroa; com elas enfeitarei minha lira e minha aljava; e quando os grandes conquistadores romanos caminharem para o Capitólio, à frente dos cortejos triunfais, serás usada como coroas para suas frontes. E, tão eternamente jovem quanto eu próprio, também hás de ser sempre verde e tuas folhas não envelhecerão.


Foi assim que o loureiro ficou associado ao belo e luminoso deus, símbolo do seu amor pela ninfa Dafne.

Sai dakiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

Ver TV. Lavar a louça. Tomar banho. Olhar a pilha de livros que te encara com olhar reprovador. Ouvir música. Andar pela casa. Ver a cidade da janela. Senta. Tenta escrever algo, mas saem apenas umas poucas linhas sofridas. Deita. Olha o teto. Palavras martelam na cabeça. Palavras que gostaria de lembrar mais e outras que adoraria esquecer. Vira o rosto, olha o computador. Come. Dorme. Sofre. Esforça-se e lê algumas páginas. Olha novamente a telha brilhante e o olhar daquela que te desafia. Você pode. Você sabe disso. Mas insiste em não sair, dá uma de difícil e te rouba o sono e os sonhos. Força. Não se renda agora. Está quase lá. Ela resiste, mas aos poucos vai se entregando e as páginas vão ficando cheias de letrinhas. Até porque não há escolha, ou ela sai ou ela sai.

Surpresaaaaaaaaa!!!!!!!


Foram meses e meses de reuniões, trabalhos perdidos, pesquisas, gravações, regravações, edições e discussões, mas finalmente o Caixinha de Surpresas foi ao ar e o retorno do público está sendo o melhor possível.


É bom demais fazer aquilo que gostamos e o Caixinha foi feito com muito carinho, amor e dedicação. Escutá-lo no rádio é um sonho realizado, é quase como ouvir a melhor música do mundo.


Difícil expressar o que significa para nós, que trabalhamos duro para realizar esse programa, o que a conquista desse espaço significa.


Posso dizer apenas que nos divertimos muito fazendo o Caixinha de Surpresas, voltamos a ser criança e colocamos nele todo o carinho que temos.


O programa ainda está longe de ser perfeito, mas já foi um grande passo dado e eu estou torcendo para que não fique só nisso. Para mim, é praticamente um projeto de vida.


A Clarinha, a Bel, a Tati, a Pandora e também a tia Nana (saudades) estão de parabéns por essa proposta inovadora e tão importante para as crianças cearenses.


E se você ainda não conhece o programa e não sabe o que pode sair de uma caixinha de surpresas, fique ligado na Rádio Universitária FM 107,9 durante o mês de outubro e ouça o Caixinha de Surpresas, o primeiro programa radiofônico sobre literatura infantil feito para crianças.


Não perca!!! Caixinha de Surpresas, de terça a sexta-feira, 13h30, na Universitária FM.

Palavras, palavras...

Dias cinzas são chatos e feios como a cor cinza. Um dia cinza pode ser um dia monótono, enfadonho; pode ser um dia frio, nublado, que apesar de cinza pode se revelar legal no final; e também pode ser um dia em que nada parece dar certo. Este último é o que estou vivendo e sei que às vezes sou exagerada nos meus “dramas”, principalmente se considerarmos o número de pessoas que realmente têm motivos para sofrer; que não têm dias cinza de vez em quando, por que a própria vida delas é cinza.

Mas nem sempre é fácil lembrar disso quando estamos no meio de uma tempestade. Há quase dois meses estou estagiando como produtora de um programa de rádio e esse tempo, aparentemente curto, já foi o suficiente para descobrir que vida de produtor não é fácil; que tem muita gente que quer aparecer na mídia, mas que não tem compromisso nenhum; que tem muita gente chata que quer porque quer aparecer, sem ter nada de importante para dizer; que tem muita gente que não tem um pingo de consideração pelo seu trabalho nem de respeito pelos outros; e que trabalhar com programas ao vivo é realmente uma caixinha de surpresas. E isso foi umas das melhores coisas que descobri.

Tenho aprendido muito nesses meses trabalhando com produção. Tenho aprendido demais sobre a profissão que escolhi, mas também tenho aprendido bastante sobre as pessoas, sobre o “ser” humano.

“Um dia o programa é maravilhoso, outro dia é uma merda. É assim”. Guardei bem essa frase dita por um grande profissional e apresentador do programa. A gente vibra quando o programa dá mais do que certo, mas sempre fica um gosto amargo quando algo não sai como o planejado.

Afinal, produzir é também um jogo de palavras, é dar a sua palavra. E como nos dias de hoje dar a tal “palavra” não é muito valorizado pelas pessoas, pois já se tornou algo tão comum não cumprir com a palavra, a produção está sempre nas mãos dos convidados, acreditando que eles vão cumprir com o combinado, que vão honrar sua palavra.

No entanto, como já disse, para muitos, palavras são apenas palavras e descumprir com algo acertado verbalmente não significa nada demais. Para mim, em muitos casos palavras realmente são só palavras, mas a palavra, quando usada para firmar um compromisso, um acordo, essa deve ser valorizada e cumprida.

Hoje o programa não foi ao ar. Foi cancelado, pois acreditamos na palavra e no compromisso de um convidado que acabou não vindo, não dando nenhuma satisfação, nem atendendo aos nossos telefonemas. Hoje, não podemos nem dizer que o programa foi uma merda, pois não houve programa.

Apesar de saber que a produção fez tudo o que podia ser feito para que o programa fosse ao ar, ficou um gosto ruim, algo como o gosto de fracasso, que é uma mistura de amargo e azedo e demora a passar.

Mas amanhã é outro dia, e sempre pode haver um lindo arco-íris com um pote de ouro no final se escondendo atrás das nuvens cinza e da chuva grossa. Amanhã, e depois de amanhã, e por muito tempo, eu vou lembrar de hoje e não vou esquecer o quanto se pode aprender e crescer quando as coisas dão errado.

Eu vou ser titiaaaaaaaa!!!!


Genteeeee, descobri ontem que vou ser titia!!!!!! Esse será meu primeiro sobrinho (ou sobrinha) e eu nunca tinha pensado o quanto ter um sobrinho (a) pode ser legal. Sei que tem muita gente que não quer ficar pra titia (eu também não quero!!!), mas adorei essa história de ser tia.

Já estou imaginando o rostinho dele (a), as brincadeiras e as transformações que ele (a) vai causar na nossa família. Quando penso nesse bebê que virá já dá logo uma vontade de apertar bem muito, de ficar com ele no colo e colocar pra dormir, enfim, babar mesmo em cima da criança. Acho que vou ser uma tia muito coruja.

Confesso que estou torcendo pra ser uma menininha pra encher ela de coisinhas cor-de-rosa e paparicar bem muitão, mas ainda não dá pra saber o sexo do bebê. No entanto, independente de ser menino ou menina, o importante é que essa criança será abençoada por Deus e receberá muito amor.

Maninha, você vai ficar linda com barriguinha de grávida, kkkk. Parabéns para você e para seu marido (que chique! Kkkkkkk). Nossa família está aumentando, e isso é muito bom!

Mais uma vez TPM...

Durante algum tempo, é possível que este espaço fique um pouco abandonado, sem tantas publicações novas, mas será apenas um breve período. Quase todas as coisas boas e belas precisam de um período de dormência para depois despertarem com toda vitalidade e beleza, como ocorre com as borboletas e com as pequeninas sementes que geram árvores enormes, saudáveis e produtoras de deliciosos frutos.

Os motivos desse período sem tantas publicações muitos já devem saber: a TPM (Tensão Pré-Monografia) me atacou de vez e alguns pobres seres que convivem mais comigo já perceberam o quanto ela pode afetar o humor (e a saúde) de uma pessoa. Preciso entregar a tal da monografia em pouco mais de dois meses e a danada insiste em não sair do lugar enquanto o tempo parece ser cada vez mais curto e passar ainda mais rápido.

Embora as postagens neste blog fiquem um pouco mais demoradas, estarei aqui sempre que der contando fatos interessantes, tentando expressar sentimentos e, quem sabe, fazendo deste espaço um verdadeiro diário virtual para contar a saga da minha monografia, quase como uma novela mexicana, mas com bem menos laquê.

Adianto que por enquanto ela só existe no mundo das idéias e que, ao contrário do que eu pensava, a biblioteca da UFC ter voltado a funcionar não me ajudou muito. Depois de vinte minutos de pesquisa, escolhi um livro intitulado "A história da televisão". Pensei que esse livro resolveria boa parte dos meus problemas quanto ao primeiro capítulo da monografia, mas minhas esperanças se desfizeram logo na primeira página, quando o autor começou a falar de selênio e de um monte de nomes de cientistas que eu nunca ouvi falar, dos problemas técnicos que impediam o funcionamento da TV, etc. Achei que as coisas melhorariam, mas, depois de ler a metade do livro e o autor continuar falando dos problemas na "rebiboca da parafuseta" da televisão, decidi desistir e procurar alguma coisa mais útil para ler.

Ah, a propósito, minha monografia vai ser sobre "As representações sociais da criança e da família do programa TV Tupiniquim". Para quem não sabe, o TV Tupiniquim é um programa infantil exibido aos sábados, às 14h30, na TV Diário. Assistam e depois me contem o que acharam.

Beijos e até o próximo capítulo!

É preciso não esquecer nada (Cecília Meireles)

É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.
É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.
O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.
O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.
O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco, pois o resto
não nos pertence.

Como Te Echo De Menos (Alejandro Sanz)

Existe un niño que vive en mí
Luchando por tenerte
Y revive momentos
Lejanos ya, y me hace pensar
Confundiendo realidad,
Obligándome a escuchar
Tu voz diciendo de lejos
Como te echo de menos
No puedo más
Por qué te alejas?
Lo que te cuesta comprender
Que aunque eres parte del ayer
No me vale que hundas mi jersey.
Lo que me cuesta comprender
Que aunque eres parte del ayer
Me desespero
Que también yo lo he sufrido
Que en este tiempo sin vernos
Como te he echado de menos.
Me besas y me hundo y sé
Que nadie en este mundo entendería
Por que queremos volver.
Perdiendo a cada instante un poco más
Luchando por tenerte hasta el final
Sigo escuchando de lejos
Como te echo de menos
Qué fuerza será
La que aún nos une?
Lo que te cuesta comprender
Que aunque eres parte del ayer
No me vale que hundas mi jersey
Lo que me cuesta comprender
Que aunque eres parte del ayer
Me desesperoQue también yo lo he sufrido
Que en este tiempo sin vernos
Como te he echado de menos
Me besas y me hundo y sé
Que nadie en este mundo entendería
Por que queremos volver.

Prazeres Amélie Poulain


Há tantos pequenos prazeres na vida e eles nos parecem tão naturais que muitas vezes não nos damos conta. Para algumas pessoas eles podem até parecer idiota, mas são capazes de lhe proporcionar uma felicidade, ainda que rápida, que você não se importa se fará papel de ridículo ou não, aliás, ser ridículo é quase sempre ser feliz. Quem já assistiu ao filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain sabe do que eu estou falando.


Existem pequenos prazeres que são quase consenso entre as pessoas, como começar a comer um biscoito pelo recheio, lamber a tampa do iogurte, lamber o resto da mistura de bolo que fica na vasilha, passar o dedo na cobertura do bolo com a velha desculpa de ver se está envenenado, estourar plástico bolha, fazer bolinha com a meleca do nariz (sei que é nojento, mas você vai dizer que nunca fez isso? Você pode até não admitir, mas eu sei que já fez, hehehe) e por aí vai. Mas também existem os pequenos prazeres individuais, aqueles que te fazem feliz, mas que não são tão comuns às outras pessoas.


Falar dos nossos pequenos prazeres é quase como revelar um pouco mais a nossa alma, é como nos despir de qualquer tipo de máscara que exista, nos livrar de alguns preconceitos e, talvez, surpreender (positiva ou negativamente) algumas pessoas. É correr o risco de parecer ridículo, idiota, esquisito e, algumas vezes, nojento. Mas que atire a primeira pedra aquele que não tem um pequeno prazer que é quase indispensável para a sua felicidade e nunca teve coragem de contar para ninguém.


Assumo esses riscos e conto aqui alguns (de uma longa lista) dos meus pequenos prazeres não tão comuns a todas as pessoas. Para fugir de aulas chatas, para desestressar, para pensar na vida ou simplesmente viajar nos seus pensamentos, nas melhor do que procurar e tirar pontas duplas no cabelo, seja no meu ou no das minhas amigas. É algo quase tão viciante quanto estourar plástico bolha, rs. É claro que mulher nenhuma gosta de ter pontas duplas, mas que é legal tirá-las, isso é, rs.


Descascar o esmalte da unha é outro pequeno prazer. Ele pode ainda estar quase inteirinho, mas se houver uma falhinha eu já fico toda me coçando para começar a puxar, e aí não tem jeito, descasco mesmo. As unhas ficam horríveis, mas nada que um removedor de esmaltes não resolva depois.


Fazer brigadeiro e depois raspar a panela procurando aquelas partes bem queimadas que ficam parecendo um caramelo, mascar chicletes e fazer bolas barulhentas, mastigar canudinhos de plástico, sentir a textura da gelatina, mexer no cabelo dos outros (mesmo quando eles não têm pontas duplas), dar beliscõezinhos e apertos carinhosos nos meus amigos, fazer cosquinhas na barriga da Nicole (minha gatinha), deixá-la bem irritada e depois abraçá-la bem forte e sentir o narizinho gelado dela, e por aí vai.


Essa é apenas uma pequena lista de alguns dos meus pequenos grandes prazeres. E você, quais são seus pequenos prazeres? Abra seu coração e conte aqui as pequenas e aparentemente insignificantes coisas que lhe fazem feliz, mesmo aquelas que você nunca contou para ninguém.

Mosaicos


Um dia você acorda e se depara com uma bela obra de arte, não um quadro pintado por Picasso ou Salvador Dalí, mas um mosaico aparentemente rústico e sem sentido que foi construído com paciência, e quase que silenciosamente, ao longo de alguns anos sem que você percebesse.


Esse mosaico parece ser diferente dos outros. E realmente é. Existe nele algo de mágico, algo difícil de explicar e de entender, mas você quer entender como algo assim foi construído. Então você o observa com todo cuidado e percebe que apesar de o resultado final ser lindo, o mosaico é feito por peças dos mais variados tipos: cada uma possui uma cor específica, algumas têm tamanho maior e outras possuem formas completamente diferentes.


Olhando mais de perto, você percebe que algumas pecinhas estão bem próximas, quase como uma única peça, enquanto outras estão mais afastadas das demais. Percebe também que em alguns pontos já não existem peças, apenas o espaço e a marca que revelam que um dia esteve ali uma pecinha que teve sua devida importância e, apesar de deixar o mosaico incompleto, deixou para sempre nele a sua marca.


Após sentir o impacto inicial da beleza do mosaico, você agora pára para analisar cada pecinha que o forma e se dá conta que cada uma delas é individual, possui peculiaridades e histórias. “De onde vieram? O que já viveram? Como chegaram até aqui?”. Mas elas não saberiam dizer, pois esse mosaico não foi construído de forma consciente, nem por uma única pessoa. Ele se formou aos poucos e foi tomando o seu espaço, como uma bela flor que brota em lugares inesperados sem que ninguém nunca saiba de onde nem como surgiu.


Alguns grupos de amigos são como mosaicos: embora formados por pessoas completamente diferentes, elas se unem por algum motivo muitas vezes alheio a elas e se tornam amigas, ainda que não consigam perceber isso. Existem as “peças” alternativas, as politizadas, as patricinhas, as que seguem determinada religião, as amam arte, as que não estão nem aí para a moda e as que não conseguem viver sem acompanhar as tendências da moda.


Dentro do "mosaico das amizades", existem as “peças” mais semelhantes que formam pequenos núcleos, existem aquelas mais diferentes e que ficam um pouco isoladas, e também existem aquelas que passaram muito rápido pelo grupo e que jamais voltarão, mas que deixaram sua marca para sempre. Apesar de tudo isso, fazem todas parte de um mesmo grupo.


Pode ser que hoje você não consiga enxergar muitos mosaicos que existem à sua volta, mas, se você se deixar sentir mais a vida e as pessoas, um dia você perceberá que nem todas as amizades são feitas apenas por afinidades, vai se lembrar, quase sem querer, do sorriso ou de uma frase pronunciada por aquela pessoa que parecia não ter o menor sentido na sua vida e vai perceber que ela também fez a diferença para você ser o que é hoje.


Talvez um dia você aprenda a superar a barreira dos pré-conceitos, se aproxime daquela pecinha bem distante do mosaico e descubra o quanto ela é especial. Talvez um dia você perceba que somos todos seres diferentes, mas que existe algo maior, algo não muito fácil de explicar, que acaba unindo fortemente o que antes parecia impossível de unir. Então, talvez você consiga enxergar no que antes parecia uma imensa bagunça de “peças-pessoas” um conjunto unido e harmonioso e seus olhos apreciem a mais bela obra de arte já viram.





Vamos viver tudo que há pra viver...


Às vezes, quando desejamos muito alguma coisa, desejamos do fundo do coração, com sentimento sincero, ela pode realmente se tornar realidade, mesmo que pareça impossível, mesmo que tudo pareça ser contra, mesmo que demorem anos e anos. A força dos nossos desejos pode fazer com que nossos sonhos aconteçam em um momento inesperado, sem que tenhamos que fazer nada, sem que movamos um dedo.


Desejamos tanto algo, com tanta força, que não paramos um instante sequer para pensar se estamos preparados para isso, se saberemos lidar com a realização do nosso desejo, se realmente era isso que queríamos. Mas aí já não tem jeito, tudo acontece rápido demais, sem chance para assimilar bem as idéias, essas idéias que insistem em se embaralhar na nossa cabeça e se confundem com sentimentos e emoções, nos impedindo de pensar direito. Nessa hora, é bem mais difícil manter cada coisa em seu lugar, já não se sabe mais o que é razão e o que é emoção e é preciso lutar para se manter em pé, para não se deixar cair, ser tomada pela tão atraente vertigem.


Afinal, é bem mais fácil se deixar cair, se jogar e viver tudo que se tem vontade, viver a vida naquele momento, porque o momento pode passar rápido e não voltar nunca mais, pode passar tão veloz como a própria vida. Em um momento estamos vivos, em outro, não mais ou não como se gostaria... Mas (e não tem jeito, sempre existe um “mas”, e se não existe um “mas” existe um “se” ou coisa que o valha), ainda não estamos prontos (e também não sei um dia estaremos ou se devemos estar) para viver a vida por momentos, para aproveitar a oportunidade que a vida nos dá de viver bons, intensos e inesquecíveis momentos, pois sempre pode existir o dia de amanhã e nem sempre saberemos lidar com as conseqüências dos nossos atos nesse novo dia. No entanto, o novo dia também traz novos aprendizados, novos horizontes, renova as esperanças e transforma o que parecia erro na noite passada no maior aprendizado da sua vida. Vida, louca vida. Vida paradoxal.


Pensar no que pode ser ou viver o que se tem vontade sem pensar no futuro que pode não existir? Perguntinha difícil essa, pelo pra mim. Tenho certeza que nem que eu dedicasse minha vida inteira pensando para tentar respondê-la eu conseguiria.


São poucas as certezas que temos na vida, mas sabemos que a vida é curta, que um dia iremos morrer e que isso pode acontecer quando menos esperarmos, então, por que não nos permitir viver tudo o que há pra viver? Cada dia que vivemos é um milagre, é uma caixinha de surpresas que encerra coisas que não somos capazes de imaginar.


Acho que devemos viver e aproveitar o milagre de cada dia, procurar sempre fazer aquilo que nos traz algum tipo de felicidade, mas que não implique na tristeza de ninguém. E, como já disse uma vez, a felicidade está nas pequenas coisas, escondida em pequenos detalhes, a felicidade está naquilo que chamamos de essência das coisas, e o essencial é realmente invisível aos olhos. Por isso, é preciso aprender a enxergar bem com o coração, se permitir sentir e viver mais.


A vida é muito curta e pensar não vai resolver grande parte dos problemas que existem nela e nem desvendar seus mistérios, então, vivamos sem medo nenhum de ser feliz ou de sofrer. Vamos nos jogar na vida e procurar a nossa felicidade diária, momentânea, afinal, mesmo que alguns condenem a felicidade é momentânea, é feita de pequenos e inúmeros momentos. Hoje ( e sempre) o tempo voa, amor, vamos viver tudo o que há pra viver, vamos nos permitir...

Como uma Onda...

Essa música diz tantas coisas sobre nós e sobre a vida em tão poucas linhas...


Como Uma Onda
Lulu Santos
Composição: Lulu Santos / Nelson Motta

Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa, tudo sempre passará
A vida vem em ondas como o mar
Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente viu há um segundoT
udo muda o tempo todo no mundo
Não adianta fugir
Nem mentir pra si mesmo
Agora
Há tanta vida lá fora, aqui dentro
Sempre como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa, tudo sempre passará
A vida vem em ondas como o mar
Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo no mundo
Não adianta fugir
Nem mentir pra si mesmo
Agora
Há tanta vida lá fora, aqui dentro
Sempre como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar

O amor não sabe esperar...

Sabe quando você escuta uma música e passa dias e dias escutando-a sem parar? Pois é, ultimamente tenho escutado muito essa música, por isso resolvi postá-la aqui.


O Amor Não Sabe Esperar
Marisa Monte
Composição: Indisponível

Sopra leve o vento leste
E encrespa o mar
Eu ainda te espero chegar

Vem a noite
Cai seu manto escuro devagar
Eu ainda te espero chegar

Não telefone, não mande carta
Não mande alguém me avisar
Não vá pra longe, não me desaponte
O amor não sabe esperar

Ficar só é a própria escravidão
Ver você é ver na escuridão
E quando o sol sair
Tudo vai brilhar pra mim

Abro a porta, enfeito a casa
Deixo a luz entrar
Eu ainda te espero chegar

Escrevo versos
Rosas e incenso para perfumar
Eu ainda te espero chegar

Ficar só é a própria escravidão
Ver você é ver na escuridão
E quando o sol sair
Pode te trazer pra mim

Vai tomar no cú...

A mais nova polêmica no Brasil não tem nada a ver com dólares na cueca, mensalão ou casos extraconjugais do presidente do Senado. Trata-se do vídeo onde a apresentadora Eliana canta o mega sucesso que está no topo das paradas musicais: “vai tomar no cú”. O vídeo foi postado no dia 25 de junho no site http://videolog.uol.com.br/ e já recebeu mais de mil e trezentos comentários.

Muitas pessoas que comentaram o vídeo acharam o máximo ver a loura cantar algo bem diferente da música dos dedinhos que ninguém agüentava mais. No entanto, outros se disseram chocados coma atitude da apresentadora e a classificaram, dentre outras coisas, de descarada, baixa e vulgar.

Alguns pais se sentiram ofendidos com o vídeo e declararam que vão proibir seus filhos de assistirem ao programa da Eliana, pois ela é uma péssima influência. Hellôoow!!!!!! Será que essas pessoas ainda não se tocaram que faz muito tempo que Eliana deixou de apresentar programas infantis? E se ainda apresentasse, tenho certeza que ela não faria algo do tipo no seu programa ou em locais que pudessem causar algum tipo de constrangimento ou mau exemplo para as crianças, pois, além de ver a Xuxa, eu também cresci assistindo aos programas da Eliana e ela sempre demonstrou uma preocupação em apresentar conteúdos de qualidade para as crianças.

Mas sempre existem os falsos moralistas que se escandalizam com uma música que menciona uma expressão tão usada pelos brasileiros como essa, ainda mais se for cantada por uma ex-apresentadora infantil, ainda que seja para uma platéia adulta.

Essas pessoas deveriam se escandalizar com as coisas que estão acontecendo na política brasileira, com a miséria em que grande parte da população do nosso país vive, com a violência que nos aprisiona em nossas casas. No entanto, preferem “crucificar” alguém por cantar a interessantíssimas canção “vai tomar no cú”.

E quem nunca mandou alguém ir tomar no cú? Se nunca mandou, tenho certeza que pelo menos já pensou em mandar ou um dia ainda mandará alguém tomar no cú. Até porque, essa música serve para vários momentos da vida. Ela tanto pode ser uma ofensa como um desejo de felicidade, afinal, tem muita gente que gosta de tomar no cú, não é mesmo?!

Você pode ficar muito “puto” com alguém e mandá-lo ir tomar no cú. Se a pessoa não for adepta dessa prática, certamente ela não ficará muito contente com isso, mas se a pessoa gostar de tomar no cú, o mínimo que ela pode responder é: “Obrigado! Uhuuuu!! Ié, ié!!”.

Então, por favor, não me venham com falso moralismo dizer que isso é um absurdo quando existem tantas coisas realmente absurdas que nos causam revolta e muita gente não está nem aí. Absurdo é ver o dinheiro público ser gasto para benefício próprio de alguns políticos. Pouca vergonha é assistir a todos esses escândalos políticos e se “conformar” com isso, achar que todos os políticos são iguais e não ter consciência na hora do voto.

Eliana, amiga, já estava mais do que na hora de você abandonar aquela música chata dos dedinhos por algo mais moderno e abrangente. Cante, cante muito “vai tomar no cú”. Cante até perder a voz.

Essa música já é mais que sucesso e está na boca do povo. Então, não se reprima, pois agora existe uma forma musical de desejar bons momentos para quem gosta de tomar no cú e também de descarregar sua raiva e mandar todos os chatos do planeta, como disse Eliana, tomarem no cú de uma forma mais elegante.

Se você ainda não viu o tão polêmico vídeo, clique no seguinte link e solte a voz: http://videolog.uol.com.br/video?239756.

Uma pausa para ser feliz...

Hoje acordei feliz, um pouco mais feliz que de costume, contrariando a expectativa do domingo depressivo. Senti vontade de ver a vida acontecer, de ver um pouco do mundo lá fora. Uma das primeiras coisas que fiz foi abrir a janela da sala, que ao mesmo tempo que oferece uma visão dos enormes prédios de concreto da cidade, oferece também uma visão privilegiada do céu. E hoje o céu estava lindo.

Mesmo tendo muitas coisas pra fazer, minha única vontade era deitar meu corpo no sofá da sala e admirar o céu, descobrir desenhos em nuvens, ver a vida passar, pensar em quem já passou pela minha vida e no que eu já passei nela. Fiquei assim por muito tempo, tanto tempo que perdi a noção de tempo.

Lembrei de coisas que estavam bem escondidinhas dentro de mim, tão escondidas que fiquei surpresa ao lembrá-las. Coisas felizes, que iluminaram ainda mais o meu espírito, e também coisas que me fizeram sofrer. Estas, no entanto, não diminuíram minha alegria, pelo contrário, trouxeram paz à minha alma, pois muitas delas me fizeram crescer, descobrir o que é realmente importante pra mim, o que me faz feliz e como levar um pouco de felicidade para cada vida que cruza o meu caminho.

Para acompanhar um momento como esse de paz e felicidade interior, aparentemente sem nenhum motivo especial, nada melhor que uma boa música, músicas que me acalmam a alma, que me lembram pessoas queridas, que me trazem esperança. Sozinha em casa, não senti solidão e nenhum momento, pelo contrário, senti bem perto de mim a presença de Deus e de todas as pessoas queridas que Ele colocou na minha vida.

Admirando a beleza do céu que Ele criou e nos deu de presente, ainda que muitas vezes não o notemos, agradeci por todos os momentos da minha vida, por ter me dado uma família maravilhosa, bons amigos, por dar saúde a mim e às pessoas a quem amo, por nos dar coragem, forças e conforto nos momentos difíceis, por nos proteger sempre, por ter tido uma infância feliz, por ter conhecido pessoas que fizeram a diferença, por fazer aquilo que eu gosto, por todas as vitórias que consegui, por iluminar meus passos, por ouvir minhas orações, por me ensinar com meus erros... Enfim, por ter nos dado a vida, por nos amar mesmo quando erramos feio, por ter criado o céu e a natureza para admirarmos, por ter criado os animais que sempre foram meus grandes amigos, e por todas as coisas que já que trouxeram felicidade e/ou amadurecimento a alguém, por cada detalhe.

No final do dia, lembrei mais uma vez das obrigações que a vida nos dá, de todas as tarefas que deveria ter feito durante o dia, mas não me arrependi nem por um minuto de ter gastado meu dia como gastei. Precisamos dar uma pausa na correria do dia-a-dia, nos permitir ser feliz com o que temos sem achar que o outro tem mais que nós ou sem achar que não é feliz porque ainda não atingiu um objetivo. Precisamos mais ainda agradecer a Deus por tudo, lembrar dos ensinamentos de Jesus e praticá-los todos os dias.

Aprendi que momentos como esses são fundamentais para nos sentirmos felizes, para percebermos que a felicidade não é um estágio que alcançaremos um dia, mas sim algo que podemos ter todos os dias e encontrá-la é muito mais fácil do que pensamos. Ela está nas coisas aparentemente simples: no sorriso de uma criança, no abraço de um amigo, no azul do céu, em um olhar carinhoso, em uma palavra de conforto, em uma boa lembrança, em uma música, no perfume de uma flor, no canto dos pássaros, nas ondas que vêm e que vão, no vento que acaricia nosso rosto e bagunça nossos cabelos.

Decidi que de hoje em diante prestarei mais atenção às coisas e vidas que me cercam e cultivarei mais momentos como esses, pois sem eles corremos o risco de deixar o estresse e a correria da vida moderna nos consumir totalmente, esquecermos que precisamos de pouco para ser feliz e de agradecer a Deus todos os dias por todas as coisas!!!

O lado de fora e o lado de dentro

Há algum tempo você vem notando que suas roupas estão mais apertadas, que você já não cabe naquela calça jeans que comprou há menos de um ano e que as batinhas passaram a ser suas principais aliadas. Você se olha mais uma vez no espelho, sobe pela milésima vez na balança que insiste em esconder embaixo da cama só para não se pesar (mas essa tática nunca funcionou), e concluiu que realmente está mais gordinha. “Ah, foram só alguns quilinhos. É só fechar um pouco a boca que volto para meu antigo peso”, você pensa e conclui que isso não é motivo para desespero, afinal, existem muitas gordinhas felizes e sexys no mundo.

Menos preocupada com isso, você resolve dar uma volta no shopping, quem sabe até ir ao cinema. Tudo vai muito bem até que você encontra aquela sua amiga, colega, conhecida, parente, ou alguém sem classificação nenhuma na sua vida que você não vê há algum tempo. Ao te ver, ela não quer saber como você está, se está bem de saúde, com novo emprego, ou qualquer coisa do tipo, não. Ela não te deixa nem ao menos falar, porque quando você faz menção de abrir a boca para dizer um: “Oi, fulana, há quanto tempo. Tudo bem com você?”, ela se antecipa e diz algo do tipo: “Nossa, como você está forte! O que anda comendo? Você precisa emagrecer”.

“Pois é, né?!”, você sorri e tenta mudar de assunto, mas ela continua: “Você engordou muito desde a última vez que nos vimos, o que houve?”. (Suspiro). Pacientemente, você tenta dar uma explicação para satisfazer a criatura, e se você não tem nenhuma, inventa algo na hora só pra se livrar logo da pentelha, dá um “tchau”, diz que adorou revê-la (o que até poderia ser verdade, não fosse a indiscrição e a insistência dela em falar do seu peso) e cai fora o mais rápido possível pensando nas milhares de coisas que gostaria de ter dito para a criatura.

“Lá, lá, lá, quem é ela pra me dizer isso?”, você pensa. “Como se ela fosse a Giselle Bündchen e eu estivesse deformada”. E tenta seguir seu passeio alegremente. Passa em uma loja e resolve comprar uma roupa nova (fazer compras melhora o ânimo de quase todas as mulheres), mas nada do que você gosta cabe ou fica bem em você, o espelho da loja é extremamente sincero e te mostra o que você não gostaria de ver.

Hora da dieta, que jeito? No primeiro dia corre tudo bem, você consegue seguir o cardápio daquela dieta que você leu em uma revista e que prometia emagrecer 4 kg em um mês. No segundo dia, você tem uma leve recaída e acaba atacando aquele bolo de chocolate que te olhou insistentemente na padaria. Terceiro dia: tenta e consegue comer bem menos, afinal, você precisa compensar as calorias ingeridas com o bolo. Mas a partir daí a sua ansiedade aumenta, você chega a se pesar umas dez vezes ao dia, e torna a esconder a balança para não se pesar mais, como se isso adiantasse. A paciência diminui e o seu humor fica afetado.

Parece que todos sabem que você está tentando fazer dieta e conspiram contra você. Começam a aparecer aniversários infantis, casamentos, comemorações, etc, etc, etc. Como resistir a tantas tentações? Então você percebe que jamais será uma modelo esquelética, mas pode sim emagrecer sem renunciar completamente a tudo aquilo que você gosta. Basta ter calma, paciência e perseverança. Nada de neuras! Afinal, mais chato que fazer dieta é ter que agüentar aquelas pessoas neuróticas com o peso, que não comem nada sem contar as calorias, que acham que comer uma salada vai engordá-las 10 kg, e que, apesar de serem magras, acham sempre que estão gordas.

Aos poucos, você percebe que pode mudar muitas coisas que não te agradam, mas que algumas não podem ser mudadas. Ser "fofinha" pode sim ser muito legal, pois essa é uma característica sua que faz parte de um conjunto muito maior de coisas que formam a pessoa que você realmente é. Cada um tem seu jeito de ser, seu modo de pensar, seus gostos, seu tipo físico, etc. E ainda bem que as diferenças existem, pois seria muito chato se todo mundo fosse igual, como peças saídas de uma linha de produção em massa.

Você se dá conta de que o espelho não precisa ser seu inimigo e que ele pode se tornar um grande aliado. Cada um de nós é um ser diferente do outro, tanto na aparência como no modo de ser, pois somos feitos muito mais do que de aparências. O que faz uma pessoa ser verdadeiramente especial para a outra não é a cor do cabelo dela, não é a cor dos olhos, a altura ou o peso, mas sim o que ela É! O que pensa, as atitudes diante da vida, os sentimentos que possui, o jeito de sorrir, de olhar, de fazer um carinho, de ajudar alguém...

Finalmente, você percebe que não vale nada ter um belo corpo e um rosto de boneca, se você não tem bons sentimentos, se não exercita a mente, se não procura ser justo e com as pessoas (inclusive com você!) e ter sabedoria para viver uma vida feliz. Uma embalagem atraente conta muito na hora de escolher algo, mas se o conteúdo não é de qualidade, certamente não haverá satisfação. Percebe que o espelho mais fiel e sincero que existe são os olhos, que refletem muito além do que a aparência permite ver, revelando a alma das pessoas, e que se não confiarmos e não aprendermos a encarar esse espelho, a “verdade” estará cada vez mais distante e podemos perder os reflexos mais felizes que poderíamos ver.

O "louco", o "mendigo" e a "sociedade"

Perdida em meus pensamentos, só fui puxada das profundezas deles quando da entrada daquele ser tão particular, que afugentou meus pensamentos como se eles fossem pássaros. Mesmo que eu quisesse ignorar sua presença e me perder novamente nas minhas reflexões eu não conseguiria, acho que ninguém conseguiria. Ele entrou sem a menor intenção de ser discreto sendo impossível para qualquer passageiro não notar sua presença. Entrou alegre, falante, ébrio, louco. Como quem volta de uma festa insana que não deveria acabar nunca. Seria um estado temporário ou ele era assim mesmo?
Vestido um segundo, com uma camisa branca encardida, bermuda e boné vermelho e sandálias, seu grito de guerra era: “Uh, ó baurim baum ê!”, ou algo parecido, e cantava o tempo todo uma musiquinha que deve ter feito muita gente pensar: “vota no Gondim que ele mata nóis tudim, vota no Moroni que ele mata nóis de fômi”.
A minha primeira sensação foi de medo, pensava que não deveria olhá-lo muito para não correr o risco de ele falar comigo, já que tenho imã para “doidos”. Senti alívio de não estar sentada perto dele, mas, ao mesmo tempo, tentei me colocar no lugar da pobre moça que estava ao seu lado, sem escapatória, sentada ao lado da janela e ele lhe tapando qualquer possibilidade de fuga.
-“Uh, ó baurim baum ê!”,
Logo em seguida, entra no ônibus um menino, não deveria ter nem dez anos direito. Passava de mão em mão um pequeno pedaço de papelão manuscrito com uma letra que tentava ser bonita explicando para quê pedia dinheiro. Mais um de tantos meninos que pedem esmolas e que inventam os mais diferentes jeitos de fazer isso e que, se esse jeito dá certo, acaba padronizando a mendicância. Pensei que naquele momento estava presenciando a existência de mais dois seres marginalizados da sociedade.
-“Uh, ó baurim baum ê!”, “vota no Gondim que ele mata nóis tudim, vota no Moroni que ele mata nóis de fomi”.
O que o homem tinha de chamativo o garoto tinha de discreto, talvez estivesse com medo daquele homem eufórico que lhe pedia para ver o papel e o menino, agora tenho certeza de que por medo, fingia não escutar. Inconformado, o homem perguntava para as outras pessoas o que tinha naquele papel, pedia de novo ao menino para ver, mas ele continuou ignorando-o. Mesmo quando o homem disse que lhe daria umas moedas o garoto não lhe deu ouvidos. E será que alguém daria ouvidos crédulos àquele homem?
Ao tentar abandonar o veículo, o menino foi impedido por um guarda que estava na porta do meio, talvez já o perseguindo. Disse alguma coisa ao menino, talvez que fosse proibido pedir esmolas no terminal, e este fez que não ouviu, calmamente virou as costas e tentou sair pela porta da frente, mas lá estava novamente o guarda. Pensei no que pensava aquele guarda, que provavelmente cumpria seu trabalho, mas que também deveria saber que aquilo, aquelas esmolas, eram o ganha pão daquele menino. Não estou dizendo que sou a favor da mendicância, mas acho que se um menino, uma criança, passa o dia inteiro na rua mendigando não é por escolha própria. Aquele menino é só o resultado de um problema muito mais complicado e que envolve toda a sociedade e o Estado, então, será que é certo descontar todas as nossas frustrações em cima daquele menino e tentar impedi-lo de conseguir dinheiro para se alimentar quando provavelmente ele não teve escolha? Quando talvez seja mais vítima do que vilão?
Pensei nisso e tive um pouco de raiva do guarda, no mesmo instante em que o homem, a quem muitos, inclusive eu, julgaram louco, declarou que gostaria de acabar com aquele guarda. Para sorte do “louco”, ou o contrário, o guarda não o ouviu. Com essa “coincidência” de pensamentos, tirando o fato de que pensei só para mim e de que ele gritou bem alto o que pensava, refleti sobre o que seria ser louco. Será que louco é aquele que não liga para as convenções sociais e que não tem medo de falar o que pensa e fazer o que tem vontade? Se for isso, ou se isso fizer parte da loucura, acho que muita gente queria e deveria ser louca.
-“Uh, ó baurim baum ê!”, “vota no Gondim que ele mata nóis tudim, vota no Moroni que ele mata nóis de fomi”.
O ônibus partiu, a tarde estava clara e se tornava mais animada com a presença daquele homem, que percebendo o burburinho das pessoas comentando suas atitudes ficava ainda mais excitado. A sensação inicial de medo, de não poder olhar, deu lugar ao divertimento, ele estava divertindo a viagem, mas eu ainda tinha receio de sorrir.
De repente, o homem, que não parava de falar, tirou da mochila que carregava um frasco quase vazio de xampu para bebê. Empunhou o xampu como se fosse uma arma e disse que iria atirar em todo mundo, olhou em direção ao cobrador e disse: “passa todo o dinheiro se não eu atiro. Quero o dinheiro para comprar leito pros meus filho”. De repente, se levantou e chegou bem perto do cobrador para tornar a “brincadeira” mais real, não tive coragem de olhar, não quis dar audiência para esse tipo de espetáculo.
A “brincadeira” acabou quando ele descobriu uma garota sentada no fundo do ônibus e começou a cantá-la em alto e bom som:
“-pense numa gata gostosa! Tu é demais! “Uh, ó baurim baum ê!”, “vota no Gondim que ele mata nóis tudim, vota no Moroni que ele mata nóis de fomi”.
Assustei-me quando ele saiu correndo de repente para a frente do ônibus e desceu num impulso assim que o veículo parou. Quando ele saiu, alguns passageiros do ônibus que ficaram o tempo todo calados, começaram a gritar eufóricos: “valeu, maluco!”, “Valeu, maluco!” .
Confesso que, de certa forma, lamentei sua partida, foram cinco minutos muito divertidos, ainda que com momentos de apreensão. Sem “louco”,menino pedindo esmolas, nem nada que chamasse a atenção das pessoas, todos tornaram a mergulhar nos seus pensamentos, como se estivessem realmente sozinhos, e a viagem seguiu seu curso “normal”, previsível e monótono de sempre.

A danada da TPM

Coisa chata é ter TPM (Tensão Pré-Menstrual), ainda mais quando é em dobro, por causa da TPM (Tensão Pré-Monografia) que quase todo estudante tem antes de se formar!
Um dia você acorda com uma ansiedade terrível, um mau-humor daqueles e a paciência... O que é isso mesmo, hein?! Nesses dias você se sente como aqueles monstros de filmes de terror mais antigos que eram enormes e pisavam em cima de prédios, pessoas, e quem ou o que se colocasse à sua frente. Você não tem paciência pra nada! Parece que tudo está diferente e que o mundo conspira contra você.
Esperar um minuto para que o cara da xérox responda à sua pergunta já deixa você com o sangue fervendo e quando ele lhe diz que não vai poder tirar a cópia do material que você precisa para assistir a aula que já começou há mais de meia hora, você tem vontade de pular o balcão e esganá-lo bem devagar só pra ver a cara que ele vai fazer.
Mas você é uma dama, não pode sair do salto por pouca coisa. Então, você respira fundo, e, muito calmamente, pergunta qual a solução para o seu problema, uma vez que você já vai chegar atrasada para a aula e não pode ir sem o material. Nesse momento, você fica feliz por terem inventado os óculos escuros, pois assim você pode disfarçar o olhar fulminante que está lançando para o pobre infeliz que nem imagina estar lidando com uma mulher com TPM, um ser de alta periculosidade.
Ele sugere que você leve o material para copiar em outra loja, mas deixe um documento para comprovar que vai devolver o material, aí você tem mais vontade ainda de matá-lo! Como se você fosse se sujar para “roubar” a porcaria de uma cópia que não vale nem dois reais. Tudo bem, são normas do local. Você finge que não ouve, mas, mecanicamente, faz o que a criatura pediu.
Finalmente, você consegue tirar a tal da cópia e capricha na cara-de-pau para entrar na aula que já começou há quase uma hora. Dá aquele sorrisinho básico e finge não perceber que o professor lhe detesta só porque você quase não aparece na aula dele e quando vai ainda chega atrasada.
A aula é linda! A pauta de mais uma entrevista coletiva vai ser discutida. Até emociona ver as pessoas tão “unidas” querendo fazer o melhor. Mas quando é mesmo que as pessoas vão ser mais objetivas e deixar de falar sobre o que já leram e discutiram?
Como sempre, aquele seu colega com comentários maravilhosos insiste em chamar a atenção para si, mas você não tá com muita paciência, sabe?! Mais uma vez, você respira fundo, lembra que você é uma pessoa bem educada e deve ser simpática e paciente, ou pelo menos tentar ser. E ele persiste nos comentários, você vira o rosto para a amiga ao lado e insiste para ela dar andamento à discussão de pauta. Olha para o relógio e torce para que o tempo passe mais rápido.
“Que alívio!”. O professor avisa que vai precisar sair mais cedo da aula. “Ai, ai”. Você até fica mais leve, consegue sorrir de verdade, pois vai dar tempo de jogar uma conversa fora com os amigos e tentar relaxar um pouco antes da próxima aula.
Mais calma e com toda boa vontade do mundo, você vai para a aula seguinte. O professor se atrasa um pouco, mas finalmente chega. “Oba! A aula vai começar logo e pode ser que termine mais cedo”, você pensa. Sonha, Alice, que os sonhos ainda são de graça.
O professor vai sentar no fundo da sala, pois alguns alunos vão apresentar seminários, e começa a conversar com outras alunas. Aliás, as mulheres mais tagarelas que você já conheceu em toda a sua vida. Não conseguem calar a boca um minuto e quando todas começam a conversar o barulho fica mil vezes pior que o de feira. “Lá, lá, lá, lá, lá... não estou ouvindo nada!”. Depois de meia hora, o professor decide começar a aula e, pacientemente, ainda que só de corpo presente, você assiste aos deliciosos seminários apresentados por pessoas que quase sempre não sabem o que estão falando.
Fim de aula. “Uhuuuu!”. Vamos para casa descansar. Como ainda não inventaram o teletransporte, você agüenta firmemente uma hora de viagem em ônibus agradabilíssimos, confortáveis, cheios de gente bonita, interessante e cheirosa, até chegar em casa.
“Obaaa!!! Casinha! Banhozinho! Caminha! Iupiiiii!!!”. Então você decide entrar na Internet e conversar um pouco com seus amados amigos, pessoas legais e de quem você gosta muito. “Mas por que justamente hoje eles estão demorando tanto pra responder?”. “Paciência, paciência. Não é com eles, é com você”.
Aí você reflete que é melhor não conversar tanto no estado emocional em que se encontra. Despede-se dos amigos e vai finalmente ter uma bela noite com aquele deus grego: Morfeu, que vai te presentear com bons sonhos e renovar suas esperanças de acordar bem melhor e livre dessa tal de TPM, pelo menos da que acontece uma vez por mês.

A Magia do Espelho

Navegando por aí, encontrei essa mensagem e me identifiquei...

Olhei-me através do espelho
e não vi nada,absolutamente nada.
Às vezes ainda via uns olhos tristes,
outras vezes um sorriso trocista,
ainda às vezes um esgar que mais parecia uma careta.
Mas hoje,eu não vi nada.
Estendi o braço e a minha mão deslizou através de uma superfície lisa e fria
e infinitamente vazia.
Nada!... Nada mais existe!
Será que estou louca?
Não,recuso-me a admitir tal idéia.
Olhei diretamente para mime vi-me desprovida de qualquer peça de vestuário.
Bruscamente abri o armárioe retirei os meus velhos jeans,
um blusão que outrora teria sido azul
e uns tênis já com uma cor indefinida.
Vesti-me e sai furtivamente de casa.
Necessitava estar só
e nada melhor que caminhar pela rua para que esse desejo se concretizasse.
Caminhei muito,
não sei ao certo quanto.
Cada passo que eu davafazia-me sentir um tremor por todo o corpo.
Não sei se era frio,
se era medo,
talvez as duas coisas ao mesmo tempo.
Que estranho,
é o mesmo caminho que eu todos os dias percorro,
só que hoje parece tão diferente.
Confiei nos meus pés
e segui-os até onde eles me quiseram levar.
Não fomos muito mais longe,
mas creio que nunca ali teria estado.
Estava escuro,
um leve nevoeiro pairava no ar
e ao longe as luzes infiltravam-se através dele produzindo aquilo
que eu agora chamaria de belo.
Que espetáculo,
que vontade que eu tive de voar
e tal como o nevoeiro ir ter a um sítio longínquo,
um sítio onde a noção do tempo já não existisse.
Afinal de que fugia eu?
De repente comecei a sentir uma sensação estranha no corpo
e só então me apercebi
que durante o meu estado de apatia a chuva tinha começado a cair.
Mais uma vez olhei diretamente para mim
e perguntei-me,
afinal de que fujo eu?
Sentia a cabeça a estalar devido à confusão de respostas
que nesse momento me afluíram diretamente ao cérebro
e apenas uma teve sentido.
Sim, eu fugia de mim mesma,
fugia da minha imaturidade,
fugia da minha covardia,
fugia da minha própria vida.
Que absurdo!
Seria talvez fraqueza eu demonstrar a minha inexperiência,
no entanto, nessa noite vi claramente o meu outro eu
e senti pena de mim.
Olhei para o céu
e senti o embate da chuva que carinhosamente me acariciava o rosto
e chorei,
não lágrimas de tristeza,
mas sim lágrimas de alegria.
Finalmente eu tinha compreendido.
Compreendi que nem sempre nós ouvimos aquilo que queremos,
nem sempre fazemos aquilo de que gostamos,
nem sempre veneramos aquilo que mais amamos,
no entanto,
bem cá no fundo,
o nosso coração transborda de amor,
amor esse que quer dar,
amor que também quer receber.
Um ladrar longínquo chamou-me à realidade
e senti quase que inconscientemente os meus lábios a abrirem-se
e a formarem aquilo que eu quase pensava já não saber fazer.
Sim, eu sorri
e quase que momentaneamente esse sorriso transformou-se numa estrondosa
gargalhada
ressoando aos meus ouvidos como a mais bela melodia.
Dei meia volta e corri em direção de casa.
Entrei lentamente para que ninguém notasse que eu tinha estado ausente
e entrei no meu quarto.
Olhei em redor
e mais uma vez senti-me a sorrir
e reconheci em cada objeto que me rodeava uma parte da minha vida.
Na parede, um quadro que eu tinha pintado,
em cima da estante o suave odor de alguns perfumes
e aquele boneco quase tão velho quanto eu.
Enfim,
um mundo meu,
mas que no entanto pode fazer parte de tanta gente.
Olhei-me novamente através do espelho
e vi claramente aquilo que ainda posso vir a ser.
By Julia Sousa

O nascimento de um sutil reflexo

Por que fazer um blog, afinal, essa “febre” de blogs já passou um pouco e hoje eles são até considerados “retrô”? Bem, esse desejo de ter e manter um blog não surgiu em mim recentemente. Já faz tempo que queria criar um, no entanto, algumas pequenas dificuldades me impediram de fazer isso antes.
Superadas as dificuldades, fiquei pensando se valeria mesmo a pena fazer um blog, pensando sobre o que escrever, sobre como mantê-lo, e tive medo de expor um pouco da minha alma, dos meus pensamentos e sentimentos. Mas aí vi que não tinha jeito, precisava superar esse medo, já que a profissão que escolhi pede que você trabalhe com a sua alma, com os seus sentimentos, valores, etc.
Algumas vezes o trabalho é lutar contra seus sentimentos, contra a sua emoção, para não deixar transparecer a sua opinião a respeito de determinada coisa. Outras vezes, o trabalho é conseguir transformar em palavras todas as idéias que borbulham na mente e os sentimentos que se confundem no coração.
Sem as “dificuldades técnicas” e lidando melhor com o medo, não havia mais desculpa para não realizar essa idéia do blog. Assim, entro hoje para esse mundo já tão familiar para milhares de pessoas, mas ainda um pouco estranho pra mim.
Hoje é o dia do nascimento do meu blog, um pequeno reflexo da minha alma, do que está além do que se vê. Espero que ele tenha vida longa e saudável, que faça muita gente rir, pensar, discutir, se entreter e até chorar. Ele nasce para que eu possa expor um pouco dos meus pensamentos, dos meus sentimentos, mostrar meus textos, comentar notícias ou contar qualquer história que valha a pena ser contada.
Fiquem todos à vontade para ler uma coisinha ou outra, comentar algum texto, indicar meu blog para os amigos, colegas, parentes e aderentes, e para participar da construção dele, contribuindo com idéias ou sendo personagem de alguma história que será contada aqui. Sejam todos bem-vindos!

Vale a pena ler de novo

  • A lição final
  • A sangue frio
  • Crônicas de Nárnia
  • George e o segredo do Universo
  • O caçador de pipas
  • O Pequeno Príncipe

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